quarta-feira, 16 de maio de 2007

TERRA DAS ÁGUAS



terra molhada pelo parnaíba
terra de serrotes ondulados
de longes planícies preguiçosas
que se abrem para o encontro
do conquistador Jorge velho
com o nativo vaqueiro feito na terra
passo do gado nas paragens do sem-fim

terra rude no desejo quase obsessão
do cansado garimpeiro de encontrar
as pedras que não perdeu nas águas
do rio que não conhecia

terra de imensos canaviais
verde verde pássaro da esperança
de longos bananais perdidos nos aluviões
onde meus avós colhem arroz ao sol da manhã
no amor bem próximo da saudade

terra de onça pintada espreitadeira
de paca tatu cotia veado na aventura do caçador
das morenas cheirando a leite no botão dos peitos
nos sambas intermináveis dentro do luar

terra das águas barrentas do parnaíba
teu homem tem na natureza o destino das canoas
sobe e desce o rio a remar a remar até nunca parar
só as estrelas nos atalhos das veredas do céu

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